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Buenos Aires - Dia 6

Hoje é sábado e decidimos ficar no apartamento. Acho que houve uma baixa de energia ou apenas a vontade de passar um dia normal, como se estivéssemos em São Paulo ou morássemos aqui. Estou escrevendo, o Lucas está lendo na varanda e os moradores seguem na piscina há seis dias. Estou de shorts jeans, camiseta vermelha e all star amarelo, sem fotos do look hoje.

Hoje acordamos e a piscina da direita não está mais verde!

Brechó Juan Peréz Vintage

O Lucas queria que eu conhecesse um restaurante de Parrilla e eu ainda tinha na minha lista ir em pelo menos um brechó. Me indicaram várias vezes o Juan Peréz Vintage e fomos até lá antes. Eles pedem algum documento para poder entrar e é preciso colocar sua bolsa dentro de uma sacola lacrada e você fica andando com ela. Os preços são marcados em X e cada X vale 315 pesos (no dia que eu fui porque ele varia.) Ou seja, uma peça em que estava marcado 50X custava 15.750 pesos. Chegamos à conclusão que o valor, na verdade, estava em dólares e o 315 era a cotação do dia no câmbio blue”.

São dois andares recheados de peças.

Eu sempre gostei muito de brechós, mas entrei lá e percebi que talvez tenha perdido a empolgação do garimpo. Nada fez meu olho realmente brilhar e a experiência de ver um monte de araras me cansou antes mesmo de eu começar. Tinha muita coisa de inverno também e vestidos de festa que o calor de mais de 30 graus acabou impossibilitando qualquer vontade de provar aparecer.

Porém, entretanto, todavia, não consegui resistir a uma bota da Hunter que estava lá na minha numeração, novinha, por 265 reais. Passei a minha adolescência toda desejando uma porque a Alexa Chung sempre usava nos festivais de música, mas sabia que nunca compraria porque o preço era absurdo para mim na época. Fiquei nostálgica e resolvi levar. Vamos ver se vou conseguir usar ou ela vai ficar apenas como uma recordação da minha era indie.

Levei a azul de cano mais curto.

Fomos até o Desnível de uber. No caminho, vi um ônibus turístico e olhei conformada para ele já que definitivamente não estava mais com vontade de pegá-lo. Ainda assim pensei que gostaria de pelo menos ver de longe como são alguns pontos da cidade. Enquanto pensava nisso o uber parou em um farol em uma avenida larga e cheia de outdoors eletrônicos e quando olhei pra cima percebi que estava bem embaixo do Obelisco. Ele seguiu em frente e parou em outro farol e estávamos bem ao lado da Casa Rosada. Enfim, meu tour turístico aconteceu.

Casa Rosada

Jantar no Desnível

Vimos no Google que o Desnível abria meio dia e fechava uma da manhã. Chegamos umas 17h50, entramos e sentamos. Estava bem vazio e estávamos prontos para fazer um almojantar quando um senhorzinho apareceu da cozinha gesticulando e dizendo chicos, volver a las siete”. Aparentemente, chegamos no único horário que eles decidiram fechar. Ficamos perdidos, pensando se voltávamos pro Airbnb e deixávamos a parrilla pra lá, mas pensei que uma espera de uma hora não seria muito longa (já fiquei tempo parecido sozinha em restaurantes de São Paulo esperando amigos). A rua do Desnível é bem turística e pude fazer algumas coisas que eu não sabia que estava com vontade de fazer, tipo provar o sorvete de doce de leite do Freddo, comprar alfajores de uma marca que não vende no Brasil e entrar no mercado de San Telmo para beber una copa de vino.

Mercado de San Telmo.

Voltamos para frente do restaurante às 18h50 porque não queríamos que acontecesse a mesma coisa que aconteceu no Gran Dabbang, mas estava supertranquilo. Fomos os primeiros a entrar junto com um grupo de 20 senhoras e senhores alemães. O lugar é conhecido pelas empanadas, pela parrilla e pelo preço baixo. Ele também é bem cenográfico” com várias fotos nas paredes com personalidades que já passaram por lá, como o vocalista do System of a Down, e decorações futebolísticas. O cardápio tem bem mais opções do que pensei. Imaginei que haveria apenas cortes de carne vermelha, mas também há omeletes, peixes, massas e até uma página para quem não pode comer glúten. Ele começou a encher umas 19h30 e às 20h já estava lotado de gringos. Valeu super a experiência, a empanada era incrível e o Lucas ficou feliz com, de acordo com ele, as carnes perfeitas”.

Batatinhas de Buenos Aires com muito alho e salsinha (essas estavam gostosas, claro, mas não entraram no top 3).

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