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Buenos Aires - Dia 1

Chegamos em Buenos Aires no segundo dia de 2023. Estranho não sentir ansiedade para uma viagem, deve ser porque decidimos em cima da hora e não deu tempo - ou porque simplesmente não senti esse fim de ano chegar ou passar. A vida é estranha quando não é medida por dias úteis de trabalho e férias relacionadas a esses dias de trabalho.

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Estamos em Palermo, um bairro que dizem ser o equivalente a Santa Cecília de São Paulo.

vista

Viemos para Buenos Aires basicamente para provar comidas. Gostamos de viajar para viver igual vivemos em casa, só que em outro cenário, o que significa que costumamos passar mais tempo do que o normal no hotel (dessa vez estamos em Airbnb) e dentro de restaurantes. Sempre fico sem graça quando volto e me perguntam o que você achou de xxx?” e tenho que dizer que não fui. Fico feliz de ter encontrado uma pessoa que gosta de viajar assim também.

Jantar no Gran Dabbang

O restaurante não aceita reservas por isso chegamos cedo. Cedo demais, na verdade, porque passamos na frente meia hora antes de abrir e eles ainda estavam com as cadeiras em cima das mesas. O Gran Dabbang fica em uma avenida larga e bastante comercial, então não encontramos nenhum lugar ao lado para esperar. Entramos em uma ruazinha próxima e nos sentamos em um canteiro de plantas até começarmos a ser engolidos por pernilongos portenhos. Demos a volta e entramos em um café simpático, acho que o nome era Terra. Pensei em provar um alfajor que parecia um bem-casado, mas concluí que seria mais prudente guardar espaço para o jantar, considerando que eu já havia comido um merengue algumas horas antes, então fiquei apenas observando o Lucas tomar seu expresso e tentar se comunicar com o barista que parecia muito interessado na opinião dele sobre o café.

Quando voltamos para a Avenida Raúl Scalabrini Ortíz avistamos de longe uma fila na frente do restaurante. Chegamos uns cinco minutos antes da abertura e ficamos com medo de não conseguirmos entrar na primeira leva e frustrados já que não havia ninguém na hora que passamos. A pior hora para se entrar em uma fila de espera de restaurante é logo na abertura porque aí você vai precisar esperar todo mundo comer. Quando se perde a oportunidade de entrar na abertura o ideal é chegar uma hora e meia/duas horas depois. Mas conseguimos!

Nos sentaram em uma mesinha do lado de fora muito agradável e trouxeram o QR code. O restaurante é daquele tipo de pedir várias coisinhas para dividir (que eu já me manifestei meio contra em um texto da newsletter), mas nesse caso achei válido, a mesa não era minúscula e os pratos não chegaram todos juntos.

Primeiro prato: Uma espécie de pão de queijo com uma espécie de creme de milho com tomate. Chegou muito rápido, estava bem quente e gostoso. O tomate fez toda a diferença.

Nome do prato: Pan de mandioca y queso de cabra, choclo y chutney de tomate”.
O pão de queijo”

Segundo prato: Pedi porque tinha visto uma foto no Instagram e parecia delicioso. Estava mesmo delicioso, só não estava esperando pelo molho apimentado. Depois que me acostumei amei.

Nome do prato: Roti con ajis fermentados”.

Terceiro prato: Esse aqui pedimos porque vimos chegar na mesa ao lado. Eu amei os noodles fritos de grão de bico, me fez lembrar de eu criança comendo miojo cru. Esses, no entanto, eram deliciosos, tinham um gosto amanteigado, meio de ovo, não sei. A pasta que veio junto era muito interessante, tinha várias coisas que eu não conhecia, sabores doces e ácidos combinados. A única questão é que havia umas pimentas espalhadas e quando comi uma fiquei tossindo e com a boca ardendo por muito tempo. Preciso melhorar e me acostumar a comer pimenta.

Nome do prato: Labne con chutney de pasas de uvas y fideos de garbanzos fritos”.
A malvada

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