Lançado: 2006
Estrelas: ⭐⭐⭐⭐
Terminei de ler “Fun Home, uma tragicomédia em família”, da Alison Bechdel, em menos de uma semana, o que é muito rápido pra mim. Vi que pessoas costumam terminar em duas horas, mas acho que não é meu estilo ler muito de uma vez, tudo bem.
Além dos gibis da Turma da Mônica, o outro único livro em quadrinhos que li foi “Persepólis”, da Marjane Satrapi. Acho que nunca vou me acostumar com o quão impressionante é esse formato. Além de pensar na história, escrever as falas e diálogos e a narrativa, a pessoa ainda ilustra tudo isso. É muito chocante.
“De certa forma, felicidade e infelicidade coexistiam lado a lado, em vez de cancelar-se uma a outra”, foi a resposta que a autora deu em uma entrevista a uma pergunta sobre a sua infância no casarão que morava com seus pais e irmãos. Essa dualidade aparece o tempo todo e faz com que não tenhamos raiva ou uma vontade muito grande de defender as personagens. Eles são o que são e também o que poderiam ter sido na cabeça dela.
No geral, tive momentos de empolgação com este livro, que aborda o luto, questões da família nuclear e sexualidade, e momentos de tédio. A autora usa tantas referências a outras obras, que foi difícil me envolver com a história dela no começo porque, sempre que eu engatava, logo era levada à outra história. Aos poucos, porém, tudo foi se encaixando e eu consegui desfrutar da forma encantadora que ela apresentou suas memórias e, de quebra, saí com vontade de embarcar em alguns clássicos que ela cita com tanta naturalidade.
Alguns livros que aparecem em “Fun Home”:
“Em Busca do Tempo Perdido”, Marcel Proust.
“Ulysses”, James Joyce.
“Nação Lésbica”, Jill Johnston.
“The Letters of Virginia Woolf”, Virginia Woolf.
“Voando”, Kate Millett.
“O sol também se levanta”, Ernest Hemingway.
“O apanhador no campo de centeio”, J.D. Salinger.
“Earthly Paradise”, Colette.
“Word is Out”, Nancy Adair e Casey Adair.
“Rubyfruit Jungle”, Rita Mae Brown.
“O Grande Gatsby”, F. Scott Fitzgerald.